Em 149 anos de existência, Campina Grande viveu importantes ciclos e momentos históricos. De acordo com o historiador Gervásio Aranha, a cidade viveu seis importantes fatos que foram decisivos para o seu crescimento. Ele enumera a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequinte, aldeiamento; a emancipação política em 1864; a saga dos Tropeiros; a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso; a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão.
De acordo com o historiador, os tropeiros tiveram papel importante. Este comerciantes 'nômades', segundo ele, transportavam suas cargas em lombos de jumento por todo o Nordeste e paravam obrigatoriamente na Rainha da Borborema, por ser um município estratégio. A partir destas viagens pelo Nordeste, cruzando Bahia, Pernambuco e Ceará, tomando a região no interior da Paraíba como parada principal, iniciou-se a aglomeração de pessoas que deu início à antiga vila e posteriormente ao município de Campina Grande.
O Algodão tem fator decisivo na história de Campina Grande. Através do chamado “Ouro Branco”, a cidade tornou-se conhecida nacionalmente, a ponto de rivalizar até com grandes cidades internacionais. Com a chegada do Trem a cidade, Campina Grande sofreu um grande crescimento habitacional. Exemplo disso é que em 1907, existiam 600 casas e depois do Trem, 1800. Dessa forma, com a facilidade do transporte de cargas que até então eram feitas através de jumentos, o comércio foi impulsionado e em conseqüência disso, o progresso da cidade.
Conhecida como a “Liverpool” brasileira, a cidade era o segundo pólo de comércio de algodão do planeta e é de consenso histórico, que se a Paraíba tivesse a época um porto do tamanho do de Recife, Campina Grande seria a primeira no ranking mundial do comércio de Algodão e até poderia ser uma das maiores cidades do Nordeste.
Nos últimos anos, a cidade se destacou pelo crescimento da construção civil. Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba (CREA-PB), apenas nos últimos cinco anos houve um exponencial crescimento urbanístico de Campina Grande. Entre 2007 e 2013, cerca de 100 novos prédios com mais de 10 andares foram construídos no município.
Campina Grande se transformou em importante polo de educação
Cidade universitária que concentra 34,5% dos graduandos em ensino superior dentre todos os 223 municípios da Paraíba, Campina Grande faz jus à sua vocação universitária. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), com dados de 2011, a Paraíba tem 58 mil estudantes em instituições públicas. Destes, mais de 20 mil estudantes cursam o ensino superior em instituições de Campina Grande.
Patrimônio da Paraíba nascida em Campin a Grande, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) conta atualmente com 12,5 mil alunos, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) tem 7,4 mil graduandos e o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) tem 453 estudantes em nível superior.
A incursão da cidade na carreira acadêmica nasce em 1966 com a criação da Universidade Regional do Nordeste (URNe) e desenvolve-se com a sua transformação em UEPB no ano de 1987, percorrendo ainda a criação da UFCG, desmembrada da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 2002, e a instalação do campus do IFPB em Campina Grande, em 2006.
Fundada pela Lei Municipal nº 23 de 15 de março de 1966, a Universidade Regional do Nordeste (URNe), foi autarquia municipal de Campina Grande. Em 11 de outubro de 1987, pela Lei nº 4.977, sancionada pelo então governador Tarcísio Burity, a URNe foi estadualizada tornando-se Universidade Estadual da Paraíba.
A UEPB conta atualmente em seu campus I, no bairro de Bodocongó, com 671 professores, sendo 337 doutores, 247 mestres, 67 especialistas e 20 graduados. Dentre as contribuições recentes para Campina Grande, a universidade foi destaque nacional com o primeiro campus universitário avançado dentro de um presídio no país e com um museu de artes às margens do Açude Velho projetado por Oscar Niemeyer. Segundo o reitor Antonio Rangel Junior, o desenvolvimento de Campina Grande está entrelaçado ao da instituição.
Uma das mais importantes universidades do Nordeste que todos os anos lança centenas de profissionais no mercado, a UFCG projeta a cidade no mundo. A universidade surgiu em 1952 como Escola Politécnica do Estado da Paraíba. Tornou-se UFPB em 1970 e foi desmembrada para o interior em 2002. A universidade se destaca no cenário nacional por ser a primeira federal do interior do Nordeste e ainda a pioneira no Norte-Nordeste a adquirir um computador em 1968, o IBM 1130.
O IFPB em Campina Grande foi criado em 2006 e começou a funcionar em 2007. São oferecidos quatros cursos superiores: Licenciatura em Física, Licenciatura em Matemática, Tecnólogo em Construção de Edifícios e Tecnólogo em Telemática. Suas atividades são voltadas para a extração mineral, culturas agrícolas, pecuária e indústrias de software, calçados e têxtil. Segundo o reitor João Batista, o IFPB consolidou-se integrado ao desenvolvimento da cidade.
A cidade também é polo de saúde, visto que a rede hospitalar na cidade, atende pacientes de toda a Paraíba e até de outros Estados. O Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, é o maior da Paraíba e atende em média 10 mil pessoas por mês. Campina Grande também se destaca por seu polo tecnológico. Impulsionada pelos cursos de Computação e Engenharia Elétrica da UFCG, o o CCT da UEPB e pela Fundação Parque Tecnológico, a cidade da ciência e da tecnologia se transformou no 7º polo do Brasil. As empresas de tecnologia chegam a gerar até R$ 1 bilhão por ano.
O polo congrega mais de 120 empresas, sendo que cerca de 80 delas, surgiram na cidade. Destas, nove exportam tecnologia de ponta para mais de 43 países com a chancele ‘Made im Brazil”. Doze indústrias voltadas a atividades de fabricação e serviços relacionados a informática têm sede em Campina Grande, além de empresas de confecção de material eletrônico e equipamentos de comunicação. A cidade também é sede da Federação da Indústria do Estado da Paraíba (FIEP).
Monumentos, praças, parques, o Teatro Municipal Severino Cabral, o Museu e Arte Assis Chateaubriand, os cinemas, fazem parte da paisagem urbanística da movimentada Rainha da Borborema.
Severino Lopes
PBAgora
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