Em média, cinco pessoas por dia morreram
de câncer no ano passado na Paraíba. Foram 1.854 óbitos registrados
pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). O número é 8,85% menor em
relação a 2012, quando houve 2.034 casos no Estado.
Em 2013, a maioria das vítimas
pertenciam ao sexo masculino. Foram 986 mortes de homens contra 896 de
mulheres. As dez cidades que mais contabilizaram óbitos foram João
Pessoa (702), Campina Grande (371), Patos (90), Sousa (61), Cajazeiras
(39), Guarabira (26), Pombal (25), Monteiro (24), Catolé do Rocha (22),
Santa Rita (20) e Picuí (18).
Segundo o presidente da Sociedade
Brasileira de Oncologia Clínica, seção Nordeste, Marcos Aurélio Fonseca
Magalhães, as mortes estão ocorrendo em virtude do envelhecimento e dos
maus hábitos da população.
“A expectativa de vida do nordestino
está aumentando. Hoje uma pessoa já passa facilmente dos 70 anos de
idade, enquanto que, na década de 50, essa expectativa era de 30. Com
isso, há possibilidade maior de ocorrer câncer”, analisa.
Para o especialista, os casos de doença
estão aumentando porque as pessoas estão mais expostas aos fatores de
risco, como o uso excessivo de álcool e de cigarro e a má alimentação. “
A população está imitando hábitos dos Estados Unidos. Está sedentária,
consumindo produtos ricos em gordura, tendo uma alimentação errada”,
Para o especialista, que possui 29 anos
de experiência no tratamento de câncer, outro fator que alavanca o
número de mortes é a assistência médica deficiente. Na Paraíba, só
existem duas unidades públicas preparadas para atender portadores de
câncer. Uma delas é o Hospital Napoleão Laureano, instalado em João
Pessoa.
A instituição é filantrópica e recebe
recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). É considerada referência no
tratamento da doença na Paraíba e atende a cerca de 3.500 pacientes por
mês. O estabelecimento dispõe de 140 leitos e realiza a média mensal de
350 cirurgias oncológicas.
A segunda unidade de saúde é o Hospital
da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), que fica em Campina Grande, a
128 quilômetros da capital. Em outubro do ano passado, o Governo do
Estado autorizou a construção de um hospital especializado em oncologia
na cidade de Patos, mas ainda não há previsão de quando o serviço vai
começar a funcionar.
“Era preciso que esses serviços de
oncologia fossem pulverizados no Estado e não ficassem concentrados
apenas em duas ou três cidades. A Paraíba, ao contrário do que acontece
em outros Estados, tem polos populacionais em João Pessoa, Campina
Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras. São cidades que precisam oferecer
assistência oncológica. Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, maior
será a chance de cura”, enfatizou.
INVESTIMENTOS
Segundo a gerente Executiva de Atenção à
Saúde da SES, Patrícia Assunção, o governo está realizando
investimentos para combater as mortes de câncer.
“Toda prevenção de câncer se inicia na
atenção básica de saúde, que é de responsabilidade dos municípios. o
Estado fortalece os municípios sobre a importante de criar ações sobre
isso”, afirmou.
Além disso, a gestora acrescentou que o
Estado reabriu o Centro de Diagnóstico do Câncer (CDC), em João Pessoa,
para ampliar a atenção aos pacientes.
“O local dispõe de profissionais e de
estrutura para fazer o controle, o diagnóstico e o tratamento”,
completou Patrícia Assunção.
Nathielle Ferreira – JP Online
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