Cláudia Trevisan, do Estado de S. Paulo, acompanhava a visita do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, a uma universidade dos EUA
Detida, algemada e mantida incomunicável dentro de uma
viatura e uma cela do Departamento de Polícia da Universidade de Yale,
em Washington (EUA), a jornalista brasileira Cláudia Trevisan, do jornal
O Estado de S. Paulo, disse neste sábado, conforme informações do
periódico, que não entrou escondido e não forçou a entrada. Ela
aguardava a saída do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Joaquim Barbosa, de uma conferência na universidade, quando foi
presa. A liberação ocorreu somente após ela ser autuada
por "transgressão criminosa".
"Eu não entrei escondido nem forcei a entrada. Andei
pelos corredores, olhei pelos vidros dentro das salas, subi dois
andares, comprei uma água na cafeteria, sentei no pátio interno e
concluí que o seminário não estava ocorrendo naquele edifício. Sai de lá
e fui ao Wooley Hall, uma sala de concertos da Faculdade de Direito
onde seriam realizados os eventos de hoje do seminário. As portas do
lugar ficam abertas e a entrada é livre. Muitas pessoas usam o hall como
atalho entre uma praça e a rua que fica do outro lado. Não havia
ninguém para pedir informações na entrada", declarou ela ao Estado.
O Itamaraty acompanhou o caso em Brasília e colocou à
disposição da jornalista seu apoio jurídico. Claudia Trevisan é
correspondente do jornal em Washington desde o final de agosto e nos
últimos cinco anos trabalhou na China. Segundo a jornalista, ela foi
destacada para cobrir a visita de Barbosa à Universidade de Yale, onde
participaria do Seminário Constitucionalismo Global 2013, e trocou
e-mails com a assessora de imprensa da Escola de Direito da
universidade, Janet Conroy.
"A grande questão é por que fui presa se obedeci ao
policial, não ofereci resistência e pretendia sair do prédio. Ao que eu
saiba, ser jornalista não é crime tipificado pela legislação americana",
questionou ela.
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