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Dólar fecha em R$ 2,30 pela primeira vez em mais de quatro anos; Bolsa sobe 1,9%


Folhainvest O dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, fechou esta quinta-feira (1) em alta de 0,28% em relação ao real, cotado em R$ 2,300 na venda --maior valor desde 31 de março de 2009, quando estava em R$ 2,310.
A alta da moeda americana, segundo especialistas, reflete dados positivos sobre a economia dos Estados Unidos, que alimentaram expectativas sobre o estímulo monetário no país ser reduzido em breve, somado a desconfiança dos investidores com o governo brasileiro.
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O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, fechou o dia em alta de 0,87%, para R$ 2,302.
Nos Estados Unidos, o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, chegando à mínima de 5 anos e meio, sugerindo um mercado de trabalho melhorando progressivamente.
Os investidores aguardam a divulgação de dados oficiais sobre a criação de empregos nos EUA em julho, que serão divulgados amanhã.
Ontem, o mercado respirou aliviado depois que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, disse que vai manter, por ora, seu programa de compra de títulos públicos para estimular a economia. Mas a continuidade de indicadores positivos ainda alimenta expectativas de que o início do corte no programa do Fed poderá acontecer em breve.
Desde 2009, a instituição compra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos para injetar recursos no mercado. Parte desse dinheiro acaba migrando em forma de investimentos a outros países, como o Brasil, por isso a possibilidade de redução desse estímulo acaba impactando negativamente o humor dos investidores, uma vez que a menor oferta de dólares no mercado brasileiro pressionará ainda mais a cotação da moeda americana para cima.
"Além disso, o mercado continua apreensivo em relação aos nossos problemas internos. Mantemos pouco fluxo de entrada de dólares no país, com a balança comercial negativa", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Hoje, o governo anunciou que a balança comercial brasileira, que mostra a diferença entre as importações e as exportações do país, registrou deficit de US$ 1,9 bilhão em julho, o pior resultado -para o mês- da série histórica, iniciada em 1993.
Embora, ontem, o Banco Central interveio no câmbio três vezes após a moeda americana ter atingido R$ 2,30. A expectativa era de que a autoridade fosse intervir novamente hoje diante do contínuo aumento da cotação do dólar, o que não aconteceu.
"O Banco Central não entrou no mercado [de câmbio] porque ele se sentiu tranquilo. A alta do dólar ao longo do dia não foi abrupta, justificando uma intervenção do BC. Esse avanço foi gradual e acompanhou o fluxo do mercado externo", avalia Galhardo.
"O dólar deve continuar pressionado. A credibilidade baixa do governo brasileiro diante dos investidores externos continua pesando no câmbio. Eles ainda não se sentem confiantes em trazer novos investimentos ou ampliar aplicações aqui diante do cenário de crescimento econômico fraco e inflação elevada. O governo tem que reaver sua política fiscal", completa o especialista.
BOLSA
Puxado pelo avanço das ações de Petrobras e Vale, o Ibovespa --principal índice de ações da Bolsa brasileira-- fechou esta quinta-feira em alta de 1,88%, a 49.140 pontos, quebrando uma sequência de três quedas.
"Os indicadores de atividade na zona do euro, na China e nos EUA vieram mais favoráveis e impulsionaram as Bolsas no mundo todo hoje. Aqui, a melhora da indústria também adicionou otimismo entre os investidores", diz Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho Consultoria de Investimentos.
Aqui no Brasil, após apresentar queda de 1,8% no mês anterior, a produção industrial cresceu 1,9% em junho na comparação com maio, eliminando o resultado negativo anterior.
"A melhora da indústria brasileira surpreendeu positivamente e contribui para o bom humor do mercado. Não se esperava um desempenho tão bom da produção industrial em junho e, diante desse resultado, é possível que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no segundo trimestre venha melhor. Se isso acontecer, podemos considerar um crescimento acima de 2% no ano", avalia Hegedus.
O ânimo do mercado hoje também refletiu a notícia de que o crescimento do setor industrial da China acelerou levemente no mês passado, segundo a pesquisa PMI (Índice dos Gerentes de Compras) oficial do país, superando as expectativas do mercado.
A referência positiva chinesa estimulou um avanço de 2,13% dos papéis preferenciais (mais negociados e sem direito a voto) da Vale, às 12h38, o que também ajudava a impulsionar o Ibovespa para cima uma vez que essas ações representam mais de 8% do índice. O mercado chinês é o principal destino internacional do minério produzido pela mineradora brasileira.
"O Ibovespa deve se manter nesse mesmo viés [positivo] até o final do dia, mas temos que lembrar que estamos em um ambiente de curto prazo para a Bolsa brasileira. Os investidores estão aproveitando oportunidades tanto de compra quanto de venda, dependendo de indicadores econômicos e notícias corporativas, mantendo o sobe e desce do mercado de ações nacional no médio prazo", lembra o economista-chefe da Lopes Filho.
Hegedus ressalta, porém, que os balanços das empresas não estão vindo ruins. "Isso pode ajudar a Bolsa brasileira a amenizar perdas recentes. Sobre o desempenho de hoje, temos que considerar também o fator técnico: o Ibovespa caiu nos últimos três dias, então a alta de hoje também reflete um ajuste a essas baixas", completa.
AÇÕES
As ações do frigorífero JBS lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, com alta de 9,73%, para R$ 6,99. A alta do Ibovespa também foi influenciada pelo ganho de 3,99% das ações mais negociadas da Petrobras, que representam cerca de 8% do índice, para R$ 16,94.
No campo negativo, as ações da Natura encabeçaram as perdas do Ibovespa, cedendo 4,77%, para R$ 43,76.
Os papéis da Gerdau subiram 4,52%, para R$ 15,25, depois que a maior produtora de aços longos das Américas viu seu lucro líquido cair 27% no segundo trimestre, mas o resultado veio acima do esperado pelo mercado, em meio a foco maior no mercado interno do Brasil e controle de custos que incluiu redução de estoques.
"A empresa surpreendeu com o forte desempenho de vendas no mercado interno, cujo volume não atingia patamar tão elevado desde 2008. Além disso, o desempenho nas operações da América Latina e Aços Especiais também favoreceu o resultado, assim como a desvalorização cambial", diz Victor Penna, analista do BB Investimentos.
O analista do BB mantém otimismo em relação ao desempenho futuro da companhia. "Nos próximos trimestres a Gerdau deverá apresentar resultados ainda melhores, sustentados pelo câmbio, reajuste de preços anunciado a partir de agosto, recuperação da economia americana e o consequente incremento em suas operações na região, e a elevação do volume de minério produzido, o que poderá torná-la autossuficiente a partir de 2014", diz.

Fonte:Folha de S.Paulo

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