Em João Pessoa: cerca de 300 divulgadores da TelexFree fazem protesto em defesa da empresa
Cerca
de 300 pessoas protestaram, pela ruas do centro de João Pessoa contra
decisões judiciais que mantêm bloqueadas no país todas as movimentações
financeiras da empresa Telexfree. A manifestação, organizada por
divulgadores da empresa na capital paraibana, foi pacífica e ocorreu no
mesmo dia em que o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor
(DPDC), da Secretaria Nacional do Consumidor (MJ), instaurou processo
administrativo contra a empresa Telexfree (YMPACTUS Comercial LTDA) por
indícios de formação de pirâmide financeira.
A empresa estaria ofendendo os
princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de
transparência e boa-fé nas relações de consumo. Também está sendo
apurada a veiculação de publicidade enganosa e abusiva.
O Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor recebeu no início do ano denúncias de vários órgãos estaduais
do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, principalmente do Procon e
Ministério Público do Acre.
Caso seja confirmada a violação aos
direitos e garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor, a
empresa poderá ser multada em mais de 6 milhões de reais.
O DPDC, em conjunto com a CVM, divulgou
recentemente o Boletim de Proteção ao Consumidor/Investidor sobre
investimentos irregulares, com dicas e orientações ao consumidor para
evitar golpes frequentes, entre eles o de pirâmide financeira.
Participantes e divulgadores do
Telexfree em João Pessoa aderiram aos protestos pacíficos que começaram
no Acre e segue por outros estados do país. O objetivo seria contestar a
decisão da Justiça acreana, que bloqueou as operações da corporação no
Brasil e no exterior.
A movimentação na capital paraibana foi
confirmada pelo divulgador José Avelino e ocorreu ao meio-dia desta
sexta-feira (28), deixando o trânsito do Centro de João Pessoa lento e
complicado por algumas horas.
Assim como as manifestações organizadas
por estudantes que clamam por mudanças político-econômicas em todo o
Brasil, os protestos dos divulgadores da Telexfree também foram
convocados pelas redes sociais.
Segundo Avelino, os investidores da
Telexfree não passaram por nenhum problema com as operações, mas agora
se sentem prejudicadas com a determinação da Justiça. Avelino revela que
investiu quase R$ 3 mil há seis meses e recrutou cerca de três mil
divulgadores para o seu grupo. Ele garante que, com os ganhos obtidos,
conseguiu reformar a casa, comprar carro e móveis. “Estávamos recebendo
normalmente; a Telexfree é uma empresa séria e só nos trouxe bons
resultados. Investi R$ 2.850,00 e meu grupo já tem umas três mil
pessoas”, revela.
Outra divulgadora que participou do
movimento foi Sandra Mamedio. Ela disse que a decisão judicial do Acre
prejudicou muitas pessoas e que estava recebendo dinheiro normalmente
desde que ingressou no negócio. “Estou há três meses e recebia meu
dinheiro sempre. Investi R$ 2.750,00 e estava tendo meus retornos”,
relatou.
Decisão judicial
Os pagamentos do Telexfree permanecem
bloqueados, de acordo com decisão do Tribunal de Justiça do Acre. Além
disso, a adesão de novos divulgadores ao sistema também está proibida. A
decisão foi do desembargador Samoel Evangelista, da 2ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) e tem validade em todo o território e
até mesmo no exterior.
A determinação inicial do bloqueio foi
feita no último dia 18 pela juíza da 2ª Vara Cível de Rio Branco (AC),
Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalil; ela também tornou
indisponíveis os bens de Carlos Costa e Carlos Wanzeler, sócios da
Ympactus Comercial LTDA, razão social da Telexfree.
A justiça analisa a hipótese de que há
um sistema de pirâmide financeira, e não um negócio de venda de pacotes
de telefonia via internet (VoIP, na sigla em inglês) por meio de
marketing multinível, como se apresenta.
O desembargador Evangelista recebeu o
recurso da empresa e dos seus sócios no último dia 20. Na última
segunda-feira (24), o magistrado manteve na íntegra a decisão de
primeira instância. A Telexfree tem cinco dias para apresentar um novo
recurso e levar o caso ao colegiado da 2ª Câmara Cível.
A empresa ainda não se pronunciou sobre o
assunto e divulga em sua página na internet o seguinte comunicado: “o
mais breve possível tudo estará normalizado”.
Fraudes
Depois de uma ação da Justiça do Acre
que bloqueou todas as negociações da Telexfree no país, a Polícia de
Pernambuco investiga empresas de marketing multinível que atuam com a
promessa de dinheiro fácil e já estariam agindo na Paraíba. Outro alvo
das investigações é a Priples, com endereço em Jaboatão dos Guararapes
(na região metropolitana de Recife). A empresa é acusada de crime contra
a economia popular. Segundo a polícia, já são 14 queixas de pessoas que
se sentiram lesadas após ingressarem no negócio que pode ser
fraudulento.
Com Portal CorreioFonte:Portalmídia.net
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