Delegacia registra até 3 ocorrências por dia contra a Telexfree no Espírito Santo
A
Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos (DRCE)
de Vitória registra de uma a três ocorrências por dia contra a empresa
Telexfree neste mês de junho. O delegado Leandro Piquet informou, nesta
quinta-feira (27), que divulgadores da empresa têm registrado
ocorrências pelo desaparecimento de créditos de suas contas com a
empresa. Só nas primeiras duas semanas deste mês foram de 20 a 30
ocorrências. Segundo Piquet, há casos de subtração de créditos de US$
300,00 a US$ 10.000,00. O advogado da Telexfree, Horst Fuchs, isentou a
empresa de culpa no caso e disse que a subtração de créditos acontece
por descuido de divulgadores que compartilham suas senhas e também por
divulgadores que agem de má fé.
A suspeita de golpes financeiros
disfarçados de investimentos é investigada na empresa Telexfree, com
sede no Espírito Santo, pela Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor
(Senacon), órgão vinculado ao Ministério da Justiça (MJ), pelo
Ministério Público Estadual (MP-ES) e pela Polícia Civil. A firma vende
um programa de computador chamado VoiP, que permite ligações locais, de
DDD e DDI ilimitadas e, para tornar o serviço conhecido, oferece dinheiro
para internautas criarem anúncios gratuitos na web. Recentemente, a
Justiça do Acre suspendeu a atuação da Telexfree e a adesão de novos
divulgadores.
De acordo com o delegado Leandro Piquet,
a delegacia investiga o furto mediante fraude. “Como as pessoas estão
prestando um serviço, elas geram um crédito virtual. Esse crédito é
convertido em moeda corrente, no caso deles é o dólar. As pessoas estão
reclamando que esses recursos estão sendo subtraídos das contas.
Configura furto porque é um bem, e é mensurado em dinheiro. Para abrir
inquérito tem que ter a certeza do crime, ainda não tive a convicção
porque a empresa não se posicionou. Acionamos a Telexfree, porque pode
ter acontecido um erro de sistema, é preciso apurar”, disse o delegado.
Defraudações
Outra delegacia também investiga a empresa no estado. A Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa) investiga a empresa por crime contra a economia popular. De acordo com a titular da Defa Gracimeri Gaviorno, a próxima fase da investigação é realizar oitivas com os responsáveis pela Telexfree.
Outra delegacia também investiga a empresa no estado. A Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa) investiga a empresa por crime contra a economia popular. De acordo com a titular da Defa Gracimeri Gaviorno, a próxima fase da investigação é realizar oitivas com os responsáveis pela Telexfree.
Para
o advogado da empresa, Horst Fuchs, a empresa não tem participação na
subtração dos créditos. De acordo com o advogado, esta é uma situação
causada pelos próprios divulgadores. “Nenhum desses casos podem ser
imputados a Telexfree. O fato de pessoas diferentes acessarem a mesma
conta causa o problema. Os divulgadores, as vezes, têm entregado a senha
para várias pessoas, e elas acabam realizando a subtração. É a mesma
coisa que emprestar um cartão de crédito a uma pessoa e dar a ela a
senha e depois alegar que há saques indevidos da minha conta e o banco
terá que responder por minha conduta negligente, isso não existe”,
frisou.
Fuchs também frisou que há casos em que
os divulgadores agem de má fé. “Nós já tivemos situação de um divulgador
ter desviado créditos para outra conta e ele mesmo alegar que houve
fraude, e depois ele vir se retratar. A pessoa lesada, que alega a
subtração precisa ir a delegacia registrar um boletim de ocorrência. Em
seguida nós pegamos o BO, rastreamos o destino do valor e bloqueamos
aquele valor na conta de quem recebeu. Chamamos a pessoa que recebeu
para que ela comprove a origem dos créditos. Se preciso, a gente marca
uma conciliação entre os divulgadores. A empresa não tem nada a ver com
as subtrações”, apontou.
O delegado Piquet disse que a abertura
ou não de um inquérito será determinada pela resposta da Telexfree. Ele
aguarda um parecer da empresa sobre a situação e, caso, não haja um
esclarecimento o sigilo dos dados da empresa podem ser quebrados. O
advogado da empresa diz que casos semelhantes a esses acontecem em todo o
país e são esclarecidos à polícia.
Com G1Fonte:Portalmídia.net
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