Em três anos, programa atendeu 147,6 mil pessoas, reduzindo o analfabetismo
Desde 2011 foram inscritos no programa 147.638 pessoas, entre elas a diarista Maria de Fátima Cavalcante, que frequenta a turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Comunidade Laranjeiras, no bairro de José Américo, em João Pessoa. “Meu maior orgulho é não precisar mais colocar meu dedo na almofada, pois agora sei escrever meu nome”, conta.
Após passarem pelo programa de alfabetização os alunos são encaminhados ao primeiro segmento da EJA (1ª e 2ª fases) que equivale aos quatro primeiros anos do Ensino Fundamental, onde se inicia a estrutura da rede estadual na Educação de Jovens e Adultos.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD/IBGE), a taxa de analfabetismo na Paraíba caiu de 21,78% em 2010 para 16,83% em 2011, e ficou em 17,03% em 2012.
A alfabetização é desenvolvida pelo Estado em parceria com municípios, ONGs, movimentos sociais, Movimento dos Sem-terra, colônias de pescadores, instituições religiosas, instituições públicas de ensino superior e empresas privadas.
A alfabetização de jovens e adultos também acontece nas unidades prisionais do Estado, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), atendendo a 831 detentos em 2011, em 22 unidades prisionais localizadas em oito municípios. Em 2012 o número de pessoas atendidas subiu para 1.278, de 27 unidades prisionais de 14 municípios. Em 2013, 1.704 privados de liberdade estão sendo atendidos em 35 unidades prisionais de 24 municípios.
“Essas parcerias acontecem de forma espontânea quando os movimentos sociais e instituições nos procuram com suas necessidades, trazendo seus projetos e ressaltando que eles têm autonomia para fazer a seleção dos seus coordenadores e alfabetizadores, de acordo com a resolução estabelecida pelo MEC”, explicou a gerente de Educação de Jovens e Adultos da SEE, Maria Oliveira.
O ciclo 2010 do Programa Brasil Alfabetizado, cujo exercício aconteceu em 2011, funcionou em 180 municípios beneficiando 38.305 alunos com recursos estaduais e federais. No ciclo 2011, que funcionou em 2012, o programa abrangeu 189 municípios, beneficiando 57.851 alunos também com recursos estaduais e federais.
Já no ciclo 2012, que funcionou em 2013, o programa passou a abranger 203 municípios, beneficiando desta vez 51.482 alunos, com recursos estaduais e federais.
“A ampliação das parcerias contribuiu para a queda do índice de analfabetismo na Paraíba”, avaliou a gerente Maria Oliveira, destacando que um aspecto positivo é a credibilidade de gestão do programa junto aos municípios e parceiros, bem como o monitoramento das turmas, que é realizado pelas 14 Gerências Regionais de Educação (GRE) e pela própria Secretaria.
Joelma Maria Santos de Oliveira disse que é gratificante ser professora de uma turma de alfabetização de jovens e adultos: “Eles chegam sem saber nada e com o tempo essa realidade muda, mudando para sempre a vida deles. Antes eram excluídos da sociedade por não saber ler e escrever, e depois são só alegria e conquistas. Isso me deixa muito feliz”, conta a professora.
A ex-aluna Josinete Martins Cruz reconhece que a sua vida mudou depois de participar do programa de alfabetização: “Antes eu saía para fazer compras e meu maior desejo era assinar meu cartão. Como eu não sabia, minha filha assinava por mim, e eu ficava triste com isso. Hoje eu assino meu nome e me orgulho”, conta a dona de casa, que se emociona: “Sei que essa mudança acontece através do meu trabalho e da oportunidade que o Governo está dando às pessoas”, completa.
Segmentos de EJA – Em 2011, o primeiro segmento da EJA do Ensino Fundamental, que aconteceu nos 223 municípios, atendeu 20.234 pessoas. Em 2012, o número de beneficiados foi de 18.829 e em 2013 foram 24.828 alunos.
A gerente de Educação de Jovens e Adultos da SEE, Maria Oliveira, destacou a importância da continuidade dos estudos: “Um dos maiores desafios para a Educação de Jovens e Adultos é fazer com que os alunos alfabetizados migrem para a EJA, uma vez que se isto não acontecer, os alunos já alfabetizados, após dois anos, voltam a figurar nas pesquisas de analfabetismo”, explica.
“Hoje, a SEE desenvolve um grande trabalho de Educação de Jovens e Adultos conduzindo esses alunos na continuidade da educação, na própria comunidade, garantindo a permanência deles no processo de aprendizagem”, diz a gerente. O programa atende a comunidades indígenas, quilombolas, ciganas, pescadores e a catadores de lixo, em 203 municípios. “É importante dizer que nesse processo de aprendizagem são respeitadas as especificidades metodológicas de cada grupo”, finalizou a gerente Maria Oliveira.
Portal Correio
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