Ana
Alice foi estuprada por cerca de 3 horas e assassinada com golpes de
espingarda calibre 12 na cabeça pelo vaqueiro Leônio Barbosa de Arruda
Os
moradores da cidade de Queimadas, no Agreste paraibana, realizam nesta
quinta-feira (19) uma mobilização, em que denunciam crimes de violência
praticados contra as mulheres do município. A data marca um ano do
desaparecimento e morte da estudante Ana Alice de Macedo Valentim, de 16
anos. Pelo menos 30 entidades farão uma caminhada silenciosa pelas ruas
da cidade.
A mobilização começara às 10h e sairá do sindicato
rural de Queimadas em direção até o Fórum da cidade. A manifestação é
organizada pelo Comitê de Solidariedade Ana Alice.A estudante foi raptada quando chegava em casa depois da aula. A menina foi estuprada por cerca de 3 horas e assassinada com golpes de espingarda calibre 12 na cabeça pelo vaqueiro Leônio Barbosa de Arruda, 22 anos. O crime aconteceu em um sítio, na zona rural de Caturité (distante 153 quilômetros da Capital e 18 quilômetros de Queimadas), na região do Cariri do Estado.
Apenas no dia seguinte o acusado voltou para enterrar a garota. O corpo dela só foi encontrado 50 dias depois, porque outra vítima reconheceu o criminoso. O acusado já tinha feito mais duas vítimas.
Durante a mobilização haverá distribuição de panfletos, fitas pretas nos braços das pessoas simbolizando o luto da cidade. No final haverá um ato público com as famílias das vítimas, onde também haverá uma celebração religiosa.
O deputado estadual Frei Anastácio irá participar da manifestação. Ele lembrou ainda que Queimadas também amarga as tristes lembranças do caso do estupro coletivo ocorrido em 2012, quando Isabelle Monteiro e Michele Domingos foram estupradas e assassinadas. “Tem ainda as lembranças revoltantes do caso de Elaine de Souza Nascimento, assassinada pelo próprio pai na mesma cidade em 2013”, destacou o deputado.
Segundo Frei Anastácio, essa mobilização é um grito de desespero das mulheres do município, querendo uma ação efetiva para acabar com a violência contra a mulher. “Na Paraíba, a violência contra a mulher é assustadora. Em seis meses, um total de 1.236 processos já foram julgados e outras 3.067 ações estão aguardando julgamento, passando pelas fases de audiência e coletas de provas, segundo o Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher na Paraíba”, disse.
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