Paraíba registra os menores protestos do Brasil, alguns com apenas seis manifestantes
Com
muita vontade de ir às ruas para reclamar e reivindicar melhores
serviços e mais atenção do poder público, o número de manifestantes que
tem se reunido em alguns municípios do interior do Estado é tão reduzido
que tem feito da Paraíba um dos estados com registro das menores
manifestações do País.
Jacaraú, no Litoral Norte, conseguiu um recorde: reuniu seis pessoas
para a passeata. “A gente combinou, mas ninguém apareceu; a gente
esperou, esperou, esperou e resolveu descer só a gente mesmo”, disse a
estudante Margarida, aluna da Escola Estadual Alzira Lisboa, uma das
seis participantes do protesto.
Mesmo com a falta de quórum, os manifestantes – todos de cara pintada –
seguiram pelas ruas da cidade, erguendo seus cartazes, na esperança que
outras pessoas fossem se juntando a eles no percurso. Como isso não
aconteceu, eles acabaram dispersando e terminando a pequena e silenciosa
manifestação.
Outra manifestação frustrada pela pouca participação popular aconteceu
na cidade de Conceição, no Sertão. A exemplo do que vem acontecendo em
todo o País, os organizadores tentaram mobilizar a população por meio
das redes sociais e conseguiram confirmação de presença de pelo menos
500 pessoas.
Entretanto, na hora e local combinados apenas sete compareceram. Apesar
do número reduzido, o grupo revolveu empunhar seus cartazes e seguir em
caminhada cobrando melhorias na educação e saúde.
Já na cidade de Guarabira, no Brejo, o protesto conseguiu reunir cerca
de 150 pessoas. A manifestação era pequena, mas a pauta de
reivindicações bastante extensa. Os principais pontos eram a construção
do Campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), concurso público,
melhorias em todos os postos de saúde da família, reabertura do Caps e
término da construção do canal do Juá.
Em Cajazeiras, no Sertão, um público estimado em 300 pessoas, a maioria
estudantes, se reuniu na Praça das Oiticicas e seguiu em manifestação
pelas ruas da cidade. Na pauta, o retorno do transporte público que
deixou de circular no município desde fevereiro deste ano. Com gritos de
ordem, os manifestantes pediam melhor qualidade na saúde, educação e
subsídios para a população afetada pela seca.
Na Capital
A primeira manifestação, no dia 20 de junho, marcada em João Pessoa
conseguiu reunir 22 mil pessoas, que fizeram um longo trajeto a pé, indo
do Centro da Cidade até a Orla. De maneira ordeira e com poucos
incidentes registrados, o protesto foi considerado sucesso absoluto por
parte dos organizadores.
Uma semana depois, outros dois protestos foram marcados para continuar a
luta pela derrubada das PECs 33 e 37, sendo uma no dia 26 e outra no
dia 27. Na primeira, apenas 100 pessoas compareceram e resolveram
dispersar quando perceberam que não conseguiriam reunir as 14 mil
pessoas que confirmaram presença. A segunda, conseguiu reunir cerca de
1,5 mil pessoas, que mantiveram como pauta a questão dos transportes
públicas.
Campina Grande
Campina Grande, segunda cidade mais importante da Paraíba, também
registrou baixa frequência de manifestantes. No protesto marcado para o
dia 26 de junho, eram esperadas pelo menos 1.500 pessoas, mas somente
cerca de 200 foram protestar contra a qualidade do transporte público da
cidade. Na pauta também o fim da privatização de serviços públicos.
Telexfree
Apesar de ter na Paraíba pelo menos 20 mil filiados, a Telexfree não
conseguiu reunir nem 200 pessoas no dia 29, quando seus divulgadores
organizaram uma manifestação pública, no Centro de João Pessoa, para
protestar contra a decisão judicial que gloqueou os bens da empresa e
impediu o pagamento a seus filiados. Segundo o líder do movimento, o
divulgador José Roberto, eles queriam que os bens fossem desbloqueados
para que a empresa pudesse fazer os pagamentos devidos.
Médicos
Médicos, residentes e estudantes de Medicina da Paraíba entraram na onda
dos protestos e, nesta quarta-feira (3), vão às ruas para se manifestar
contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em
oposição à “importação de médicos estrangeiros” sem a revalidação de
diplomas e pela adoção de medidas que permitam o exercício da medicina e
a qualificação da assistência. A mobilização, que espera reunir cerca
de 300 pessoas, acontece às 9h, no Conselho Regional de Medicina
(CRM-PB), em João Pessoa.
Fonte : Portal Correio/Paraiba Portal
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