Dilma anuncia medidas contra a seca em primeiro evento após vaia
NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR
AGUIRRE TALENTO
DE FORTALEZA
Em seu primeiro evento público desde que foi vaiada na abertura da Copa
das Confederações, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff irá nesta
quinta-feira (4) a Salvador anunciar medidas contra a seca, mas desta
vez em ambiente fechado e para uma plateia de aliados.
DE SALVADOR
AGUIRRE TALENTO
DE FORTALEZA
O ato, marcado para 11h, incluirá anúncio de plano para agricultores do semiárido e entrega de equipamentos para prefeituras. Marca ainda a tentativa de Dilma de retomar uma agenda positiva e sem sobressaltos em meio à queda na avaliação da gestão --de 27 pontos desde o início dos protestos pelo país, segundo o Datafolha.
Pacote contra a seca tarda a chegar aos 10 milhões de afetados
Dilma anuncia plano safra para semiárido nordestino
"Nossa turma dos movimentos sociais estará toda lá dando apoio à presidenta", afirmou Jonas Paulo, presidente do PT baiano. Ônibus do interior levarão prefeitos, correligionários e dirigentes rurais ligados ao partido.
O evento, em auditório para 1.900 pessoas no centro de convenções da capital baiana, será "aberto, mas com entrada controlada" devido à limitação de público, segundo o cerimonial do governo Jaques Wagner (PT-BA).
A visita de Dilma a Salvador deveria ter ocorrido há 13 dias, mas foi adiada na noite em que a cidade registrou sua maior manifestação neste ano, com 30 mil nas ruas, confrontos com a polícia e ônibus incendiados. Pela
justificativa oficial, houve desencontro de agendas entre governadores do Nordeste.
Seca no Nordeste
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Maria Veneranda, 56, cavou buraco no quintal de sua casa há três meses para a cisterna e até agora não recebeu
O lançamento do chamado Plano Safra Semiárido ocorre três meses após Dilma ter anunciado, no Ceará, pacote de R$ 9 bilhões para o combate à seca, cuja execução anda a passos lentos.
O plano inclui ações de estímulo ao armazenamento de alimentos e à produção de forragem (alimento para animais), entre outras.
A região vive a maior estiagem dos últimos 50 anos, que há meses afeta cerca de 10 milhões de pessoas. Agricultura e pecuária acumulam perdas de R$ 3,6 bilhões.
Como parte do pacote de medidas de abril, o Planalto decidiu prorrogar em até dez anos o pagamento de dívidas contraídas entre 2012 e 2014 por agricultores afetados pela seca, estimando renúncia fiscal de R$ 3,1 bilhões.
Até o final de junho, 39 mil produtores haviam renegociado seus débitos, em total de R$ 510 milhões.
Outras ações anunciadas em abril, como a Folha mostrou há duas semanas, ainda tardam a chegar ao pequeno agricultor: a entrega de milho atrasou, cisternas ficaram abandonadas, a oferta de carros-pipa não tinha tido o aumento prometido e só havia liberação de 30% dos recursos para perfuração de poços.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
| Fonte: Folha de S.Paulo |
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